28/06/09

Organização do CNE

  • Organização Associativa
A estrutura base do Corpo Nacional de Escutas (CNE) é o Agrupamento Local, normalmente integrado numa paróquia, composto pelos diferentes grupos etários em que se repartem, quanto à idade e desenvolvimento, os jovens associados.
O Agrupamento é liderado por um elemento eleito, o Chefe de Agrupamento, que constitui uma equipa executiva, a Direcção do Agrupamento, aprovando o seu plano e relatório anual em Conselho de Agrupamento, o órgão deliberativo do Agrupamento.
Cada Agrupamento integra-se numa Região Escutista, com uma equipa de coordenação regional eleita (Junta Regional), uma equipa de acompanhamento e fiscalização eleita (Conselho Fiscal e Jurisdicional Regional), tendo como órgão deliberativo o Conselho Regional. Algumas regiões, pela sua dimensão, possuem ainda uma estrutura intermédia, o Núcleo, com Junta de Núcleo eleita e Conselho de Núcleo.
A nível nacional, a função executiva é exercida por uma equipa eleita, a Junta Central, a função fiscalizadora pelo Conselho Fiscal e Jurisdicional Nacional, sendo o órgão deliberativo o Conselho Nacional (Plenário ou de Representantes).
Nos diferentes níveis, os processos eleitorais são geridos por Comissões Eleitorais e os Conselhos (Assembleias) por equipas eleitas que constituem a Mesa do Conselho.


Chefe Nacional do CNE

  • Organização Territorial
O CNE está organizado em 20 Regiões, coincidentes com as Dioceses existentes em Portugal, são elas: Açores, Algarve, Aveiro, Beja Braga, Coimbra, Évora, Guarda, Lamego, Leiria, Lisboa, Madeira, Portalegre e Castelo Branco, Porto, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.
Nas Regiões onde se verifique um elevado número de Agrupamentos, ou onde a distribuição geográfica tenha características especiais, podem os Agrupamentos de uma determinada área territorial organizar-se em Núcleos. Existem núcleos nas Regiões dos Açores, Braga, Coimbra, Lisboa e Porto.
Constituindo uma resposta específica, o CNE tem ainda dois Agrupamentos fora do território nacional: em Macau, na China (Agrupamento 341) e em Genebra, na Suiça (agrupamento 1308).
Cada Agrupamento exerce a sua acção, em princípio, na área de uma Paróquia.


  • Organização Pedagógica
O Corpo Nacional de Escutas está organizado pedagogicamente em 4 secções, associadas a faixas etárias, com nomenclaturas próprias. Dentro de cada secção, os jovens organizam-se em pequenos grupos, tendo cada elemento uma função específica.

I Secção:
---os elementos são denominados Lobitos;
---os Lobitos estão divididos em Bandos, de 5 a 7 elementos;
---denomina-se Alcateia, a Unidade formada pelos Bandos de Lobitos;
---cada Alcateia tem de dois a cinco Bandos;
---cada um dos Bandos designa-se e distingue-se por uma das seguintes cores, escolhida pelos respectivos Lobitos e que figura no distintivo de cada Lobito e na bandeirola de Bando: branco, cinzento, preto, castanho e ruivo;
---o patrono da I Secção é São Francisco de Assis;
---a cor representativa desta secção é o Amarelo.

II Secção:
---os elementos são denominados Exploradores;
---os Exploradores estão divididos em Patrulhas de 4 a 8 elementos;
---denomina-se Grupo Explorador a Unidade formada pelas Patrulhas de Exploradores;
---cada Grupo tem de duas a cinco Patrulhas;
---cada Patrulha designa-se pelo nome de um animal, o Totem, cuja silhueta figura na bandeirola da Patrulha e cujas cores do distintivo distinguem os seus membros;
---o patrono da II Secção é São Jorge;
---a cor representativa desta secção é o Verde.

III Secção:
---os elementos são denominados Pioneiros;
---os Pioneiros estão divididos em Equipas de 4 a 8 elementos;
---denomina-se Grupo Pioneiro a Unidade formada pelas Equipas de Pioneiros;
---cada Grupo tem de duas a cinco Equipas;
---cada Equipa designa-se por um nome de um animal, o Totem, ou um Santo da Igreja, ou um Benemérito da Humanidade ou um Herói Nacional, cuja silhueta figura na bandeirola e no distintivo da Equipa;
---o patrono da III Secção é São João de Brito;
---a cor representativa desta secção é o Azul.

IV Secção:
---os elementos são denominados Caminheiros;
---os Caminheiros estão divididos em Equipas de 5 a 8 elementos;
---denomina-se Clã a Unidade formada pelas Equipas de Caminheiros;
---cada Clã tem de duas a cinco Equipas;
---cada Equipa escolhe para Patrono um Santo da Igreja, Benemérito da Humanidade ou Herói Nacional, cuja vida os Caminheiros devem conhecer e tomar como modelo de acção;
---o patrono da IV Secção é São Paulo;
---a cor representativa desta secção é o Vermelho.

27/06/09

Informações sobre o CNE

Bandeira do CNE



Insígnia do CNE

Insígnias Comemorativas do CNE

1973
50 anos do CNE
1993
70 anos do CNE
1994
Ano Internacional da Família
1995
Ano pela tolerância
1998
75 anos do CNE
2000
Ano Jubileu
2001
Ano Jubileu
2002
Ano Jubileu
2003-2005
Aprender com os Jovens
2006-2007
Centenário Escutista
2008-2010
Dar Sentido ao Caminho

Escuteiros Efectivos Activos

1ª Secção = 15405

2ª Secção = 17329

3ª Secção = 12468

4ª Secção = 7522

Dirigentes = 11346
Total = 64070

26/06/09

História do CNE

O Corpo Nacional de Escutas, Escutismo Católico Português, nasceu em Braga a 27 de Maio de 1923. Os seus fundadores foram o Arcebispo D. Manuel Vieira de Matos e Dr. Avelino Gonçalves, que em Roma mantiveram os primeiros contactos com o Movimento, quando ali assistiram, em 1922, a um desfile de 20.000 Escuteiros, por ocasião do Congresso Eucarístico Internacional que esse ano se realizou na Cidade Eterna.

Depois de bem documentados regressaram a Braga e rodearam-se de um grupo de 11 bracarenses corajosos e valentes que, a 24 de Maio de 1923, faziam a sua primeira reunião, no prédio n.° 20 da Praça do Município, para estudarem a possibilidade e oportunidade da criação de um grupo de Scouts Católicos em Portugal: assim nasceu o Corpo de Scouts Católicos Portugueses, cujos estatutos foram aprovados a 27 de Maio desse mesmo ano pelo governador civil de Braga, e confirmados em 26 de Novembro pela portaria n.° 3824 do Ministério do Interior e Direcção Geral de Segurança, começando a partir desse dia a existir oficialmente, com legalidade e personalidade jurídica.
A 26 de Maio de 1924 é publicado o Decreto-lei n.° 9729, que confirma a aprovação dos estatutos e alarga a todo o território Português o âmbito da Associação. Em Janeiro de 1925, reuniu em Braga, pela primeira vez a Junta Nacional com: D. Manuel Vieira de Matos, Director Geral; D. José Maria de Queirós e Lencastre, Comissário Nacional; Dr. Avelino Gonçalves, Inspector-Mór; Cap. Graciliano Reis S. Marques, 1.° Vogal e Álvaro Benjamim Coutinho, 2.° Vogal.

O Movimento estende-se de Norte a Sul de Portugal e, como meio de informação entre todas as Unidades apareceu em Fevereiro de 1925 o 1.° número do jornal "Flor de Lis" que mais tarde, em Janeiro de 1945, se apresentava em forma de Revista.
Ainda em 1925, a 28 de Fevereiro, o Diário de Governo, com o Decreto n.° 10589, de 14 de Fevereiro, ratifica a aprovação dos Estatutos do CNS, cujo documento foi assinado por Manuel Teixeira Gomes, Presidente do Ministério, Helder Armando dos Santos Ribeiro, Ministro da Guerra. A 15 de Março foi aprovada a nova redacção do Regulamento Geral e ainda nesse ano, alguns responsáveis do Movimento deslocaram-se a Roma e foram recebidos pelo Papa Pio XI, que lhes dirigiu palavras de muito apreço e encorajamento pelo progresso e expansão do Movimento, em Portugal.

O ano de 1926 foi de intensa actividade e projecção para o CNE. Durante ele foram criadas e aprovadas as Juntas Regionais de Portalegre, Açores, Coimbra, Lisboa e Núcleo do Porto, que vieram juntar-se à de Leiria, criada no ano anterior. Prova inequívoca do interesse que o Escutismo Católico estava a despertar na população portuguesa foi também o 1.° Acampamento Nacional que em Agosto desse ano se realizou em Aljubarrota, durante o qual foi entronizada na capela de São Jorge a imagem do Beato Nuno (hoje Santo), transportada para ali num impressionante cortejo de mais de 10.000 pessoas. Este acampamento serviu como rastilho para galvanizar os entusiasmos da juventude portuguesa de tal modo que, no ano seguinte, foram constituídas as Juntas Regionais da Guarda, Viseu e Madeira e os Núcleos da Régua, Coimbra e Aveiro.

Os progressos do Movimento eram tais que, no conselho nacional reunido em Braga em Maio de 1927, o Arcebispo fundador afirmava que "o escutismo é a maior obra católica no meu país" e a testemunhá-lo realizava-se logo em Dezembro desse ano o 1.º Congresso de Assistentes do Movimento; em Março de 1928, após alguns meses de negociações foi aprovado o estatuto das várias associações Escutas de Portugal com vista à sua federação; em Agosto realizou-se em Cacia o 2.° Acampamento Nacional... ainda nesse ano o Movimento chega a Moçambique (cidade da Beira).

A 5 de Março de 1929, Baden-Powell visita Portugal e assiste em Lisboa a um desfile de 700 Escutas que o aplaudem com entusiasmo; em Abril desse ano realiza-se em Coimbra o 1.° Congresso Nacional de Dirigentes e a 2 de Maio o CNS é admitido no Bureau Mundial do Escutismo; em 16 de Junho foi inaugurada a Sede da Junta Central, na Rua da Boavista, em Braga, estando presentes o Arcebispo-Fundador e as autoridades civis e militares da cidade; em Agosto, 26 elementos tomam parte no 3.º Jamboree Internacional de Arrowe Park, merecendo o seu testemunho um ofício do próprio Baden-Powell, dirigido ao Presidente da República de Portugal dizendo:"...distinguiram-se durante a sua estada no campo pela sua inteligência, disciplina e eficiência e sobretudo pela sua amabilidade, encantador espirito de amizade para com os seus irmãos escuteiros e para com quem estivessem em contacto".


Em Agosto de 1930 realizou-se na praia da Granja o 3.° Acampamento Nacional; a 9 de Julho do ano seguinte no regresso da sua viagem à África do Sul, Baden-Powell visitou os escuteiros da Madeira; a 29 de Junho de 1932 foi publicado o Decreto que regularizava a Organização Escutista em Portugal; em Braga, berço do CNE, teve lugar o 4.° Acampamento Nacional onde se levantaram 93 tendas e acamparam 464 Escutas. A 28 de Setembro de 1932, tombou o gigante; às primeiras horas desse dia D. Manuel Vieira de Matos rendeu a alma ao criador e partiu em direcção ao Acampamento Eterno. Contava 71 anos de idade e o CNE sentiu por dentro a partida do seu fundador! No ano seguinte é a vez de Dr. Avelino Gonçalves deixar também o Movimento que ajudou a nascer e carinhosamente fez crescer, para se dedicar a outro múnus do seu Ministério. Sucede-lhe no CNE o Cónego Martins Gonçalves.
No ano de 1934 foi publicado o 1.° Regulamento que permite a entrada de Senhoras para o CNS como Dirigentes de Alcateias e a 12 de Abril do mesmo ano, Baden-Powell chega a Lisboa acompanhado de sua esposa e 700 Dirigentes ingleses. Devido ao seu precário estado de saúde não pôde sair do barco, mas um garboso desfile com cerca de 2 mil Escutas foi ao cais saudar o Chefe Mundial que nos visitava pela segunda vez. Em Novembro foi publicado o novo Regulamento onde aparece oficialmente a nova designação de Escutas em substituição de "Scouts", desaparecendo definitivamente o CNS para aparecer o CNE.


Em 1935, reunido no Porto, o Conselho Nacional substitui o termo de "Director" por Assistente e "Inspector" por Secretário (Nacional). 1936 é um ano difícil para o CNE, talvez o mais crítico de toda a sua existência! A Organização Escutista de Portugal é extinta pela Portaria n.° 8488, publicada no Diário do Governo de 13 de Agosto de 1936, e o CNE volta a regular-se pelo Decreto n.° 10589, de 14 de Fevereiro de 1925. A situação é crítica porque a oficialização dos movimentos juvenis por parte da Igreja e do Estado deixaram o escutismo como que ao abandono, mas a coragem, dedicação e espírito escuta de um bom punhado de Dirigentes afastaram o perigo e evitaram o naufrágio, e assim, em Agosto desse ano, já se realizava em Leiria o 6.° Acampamento Nacional.


Em Agosto de 1939 teve lugar na Madeira o 2.° Congresso Nacional de Dirigentes. No ano das Comemorações Centenárias (1940) O CNE quis assinalar a sua presença neste jubileu da nacionalidade. O Conselho Nacional da Figueira da Foz delibera levantar o seu cruzeiro da independência na Cidade Berço, Guimarães, solenemente inaugurado a 8 de Dezembro, Dia da Imaculada. Em 1941, como os Escutas de todo o mundo, o CNE sente profundamente a morte de Baden-Powell que faleceu no Quénia a 8 de Janeiro desse ano, com 83 anos de idade e uma extensa e brilhante folha de serviços prestados à Humanidade.


No meio das dificuldades surgem notas de apreço e reconhecimento de dois amigos do CNE: suas Santidades Pio XII e Paulo VI.
"E que a Associação Portuguesa de Escutas Católicos pelos seus muitos e grandes serviços prestados... bem merece da Igreja. Mais de 60.000 jovens ele procurou formar no Amor e na Prática da Fé, da Piedade, da Caridade e das outras virtudes."
E em 1934, em nome de Pio XII, escreve ainda J. B. Montini: "É também digno de todo o louvor o espírito que tem animado o CNE: fidelidade e obediência à Hierarquia, para "bem servir" e "da melhor vontade".
No momento de tantas dúvidas e no meio de tanta esperança e Fé, as palavras do fundador, D. Manuel Vieira de Matos:
"Queridos rapazes, metade do meu coração é vosso, levai-o convosco" E acrescentava às palavras de Pio XI: "Deveis ser os primeiros na profissão de fé cristã, os primeiros na dignidade da vida, os primeiros na pureza, os primeiros em todas as manifestações da vida cristã". "Depois de Deus, a dedicação até ao sacrifício dos seus dirigentes, e o seu magnifico órgão, a "Flor de Lis" encerram certamente o segredo do extraordinário progresso desta que consideramos a mais benéfica instituição juvenil".


Sucedem-se pois os 7.° e 8.° Acampamentos Nacionais em Tomar (1946) e em Braga (1948). E, em 1950, procede-se à aprovação de novos Estatutos e publica-se novo Regulamento Geral. Aliás, estas duas décadas que se vão seguir (50/60) parecem ter dado origem a uma pequena "revolução" após as vicissitudes atrás referidas. Com efeito, ainda em 1950 (a 5 de Novembro) a Junta Central transfere-se para Lisboa e nos anos seguintes vários dirigentes deslocam-se ao estrangeiro (nomeadamente a Gilwell Park, em Londres) para frequentarem Cursos de Formação de Dirigentes. Sucedem-se os Campos-Escola e os Acampamentos Nacionais que continuam a reunir já não centenas, mas milhares de Escutas. Foi assim com os 9.°, 10.° e 11.° Acampamentos Nacionais que reuniram em Coimbra (1952), Porto (1956) e Lisboa (1960). É também em Lisboa que, no ano seguinte, se realiza, de 19 a 25 de Setembro, a Conferência Internacional do Escutismo. O CNE cresce a olhos vistos e assiste, em 1963, à inauguração, em Fraião, de um Campo-Escola permanente que incrementará, sem dúvida, as possibilidades de Formação de Dirigentes. Logo, no ano seguinte, novo Acampamento Nacional, o 12.º, desta feita na Covilhã, evidenciando-se assim uma preocupação pelo desenvolvimento do Escutismo no interior do pais.
Assim se verifica, em 1966 e a 15 de Agosto, em Fátima, o 1.° Encontro Nacional de Dirigentes, a que se segue, em 1968 e em Portalegre, o 13.° Acampamento Nacional. E, com tudo isto, ainda por solidificar, um CNE ainda jovem, está a 5 anos do seu jubileu, que se verificou em 1973, com grande pompa, numa Concentração Nacional em Braga (no mês de Maio) e com o 14.° Acampamento Nacional, em Leiria.


Com as transformações da sociedade portuguesa, que viria assistir à Revolução de Abril de 1974, também no CNE se operam transformações. Em Julho de 1974, a Junta Central considera-se demissionária e o Conselho Nacional nomeia uma Comissão Executiva que passa a gerir a Associação. Este processo conduz à aprovação dos novos Estatutos, em 9 de Março de 1975, em consequência dos quais é empossada a 1.ª Junta Central eleita por sufrágio directo tendo como Chefe Nacional Manuel António Velez da Costa, qual viria a ser reconduzido no cargo em 1980, igualmente através de eleições nacionais.
Em 1976, uma conclusão do Conselho Nacional admite, com condições, a admissão de jovens de sexo feminino para as várias secções, altura que é considerada por alguns sectores da associação como o lançamento da coeducação no CNE. Em 1978 realiza-se o 15.° Acampamento Nacional em Aveiro, já com um campo sénior, para a III secção, entretanto criada, para os jovens dos 14 aos 17 anos, com os Estatutos de 1975.


Em 1980, finalmente, em Ermesinde, o Conselho Nacional reúne extraordinariamente para lançar um novo Sistema de Formação de Dirigentes.
Com o seu mandato a terminar, a equipa de Velez da Costa, numa "ponta final impressionante", consegue dirigir a Associação num caminho que passou, em 1981, por um revisão estatutária (concluída em 26 de Setembro) até à revisão geral do regulamento do CNE, que ficaria concluída em princípios de 1984, para entrar em vigor em 1 de Março do mesmo ano. No ano seguinte (29/05/1982), uma representação dos Comités Mundial e Europeu deslocam-se a Portugal, onde entregam ao CNE e à AEP, que recentemente haviam fundado e constituído a FEP (Federação Escutista de Portugal), o respectivo diploma. Caminho que assistiu ainda à realização do 16.° Acampamento Nacional em Setúbal, em 1983, numa altura em que davam os primeiros passos do acordo celebrado entre o CNE e o MSC (Movimiento Scout Católico de Espanha), após uma Cimeira Ibérica das duas associações. Tudo, entretanto, recheado com duas prendas: a "Medalha de Bons Serviços Desportivos" e o reconhecimento do CNE (Escutismo Católico Português) como Instituição de Utilidade Pública, conforme despacho do Primeiro Ministro, publicado no Diário da República, II série, de 3 de Agosto de 1983 (Despacho de 20 de Julho de 1983).

Os últimos quinze anos ficam marcados por uma grande expansão do Escutismo e aumento dos efectivos, em todo o continente e regiões autónomas.
Novas áreas são desenvolvidas. A do ambiente com a inauguração em 1988, do Centro Nacional de Formação Ambiental, em S. Jacinto, com toda a gama das mais diversas campanhas, onde se destaca a de "Um Milhão de Árvores". Campanhas como a do calendário escutista, a do seguro escuta, a da sede própria e outras vêem, concretizar o nosso património. A nível pedagógico dá-se realce ao aparecimento das metodologias educativas das quatro secções, livros, revistas, fichas e manuais.


Rover's, encontros e fóruns de caminheiros, expansão do Escutismo Marítimo, a forte sensibilização do Escutismo de integração, são pontos fortes na vida da associação.
Os últimos três Acampamentos Nacionais, como o de Bagunte em 1987, o do Palheirão em 1992, em que o governo atribuiu a Ordem de Mérito, como reconhecimento do CNE junto dos jovens Portugueses e o de Valado de Frades em 1997, constituíram pontos altos na vida da Associação e dos milhares e milhares de jovens participantes.
Como resultado destes eventos foi a presença maciça no Jamboree da Holanda em 1995 e do Moot na Suécia em 1996 que são bem o testemunho do grande desenvolvimento que ocorre a todos os níveis.
Seminários como o da Família em 1994 e o congresso "Valores e Missão" em 96/97, concretizam a forte maturidade e implantação do Escutismo Católico em toda a sociedade portuguesa.
A última palavra para a organização do CNE, com a publicação dos últimos estatutos, diversos regulamentos e regimentos e os mais diversos protocolos com destaque para os dos Países de Língua Oficial Portuguesa.

22/06/09

Biografia de BADEN POWELL

Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, nascido em Londres, no dia 22 de Fevereiro de 1857, foi um tenente-general do Exército Britânico e o fundador do escutismo.
O seu pai era o reverendo Baden Powell, professor catedrático em Oxford e a sua mãe era filha do almirante inglês W. T. Smyth.

O seu pai morreu quando Robert tinha aproximadamente 3 anos, deixando a sua mãe com sete filhos, dos quais o mais velho não tinha ainda 14 anos. Robert viveu uma bela vida ao ar livre com seus quatro irmãos, excursionando e acampando com eles em muitos lugares da Inglaterra.
Em 1870 Baden-Powell (BP) ingressou na Escola Cheterhouse em Londres com uma bolsa de estudos. Não era um estudante que se destacasse especialmente dos outros, mas era um dos mais vivos. Estava sempre metido em tudo que acontecia no pátio do colégio, e cedo se tornou popular pela sua perícia como goleiro da equipa de futebol de Charterhouse.
Os seus amigos da escola apreciavam muito as suas habilidades como actor. Sempre que pediam ele improvisava uma representação que fazia a escola toda morrer de rir. Tinha também vocação para a música, e o seu dom para o desenho permitiu-lhe mais tarde ilustrar todas as suas obras.
Aos 19 anos, Baden-Powel terminou os estudos na Escola Charterhouse e aceitou imediatamente uma oportunidade de ir à Índia como sub-tenente do regimento que formara a ala direita da cavalaria na célebre "Carga da Cavalaria Ligeira" da Guerra da Criméia.
Além de uma carreira excelente no serviço militar (chegou a capitão aos vinte e seis anos), ganhou o troféu desportivo mais desejado de toda a Índia, o troféu de "sangrar o porco", caça ao javali selvagem, a cavalo, tendo como única arma uma lança curta. Vocês compreenderão como este desporto é perigoso ao saber que o javali selvagem é habitualmente citado como "o único animal que se atreve a beber água no mesmo bebedouro com um tigre".

Em 1887, BP participou da campanha contra os Zulus na África. Foi ascendido a Major em 1889, e, em Abril de 1896, dirigiu uma expedicão contra os matabele em Rodésia. Mais tarde B-P participou na campanha contra a tribo dos Ashantís. Os nativos temiam-no tanto que lhe davam o nome de "Impisa", o "lobo-que-nunca-dorme", devido à sua coragem, à sua perícia como explorador e à sua impressionante habilidade em seguir pistas.
Corria o ano de 1899 e Baden-Powell tinha sido promovido a Coronel. Na África do Sul começava uma agitação e as relações entre a Inglaterra e o governo da República de Transval tinham chegado ao ponto de rompimento. BP recebeu ordens de organizar dois batalhões de carabineiros montados e marchar para Mafeking, uma cidade no coração da África do Sul. "Quem tem Mafeking tem as rédeas da África do Sul", era um dito corrente entre os nativos, que se verificou ser verdadeiro.


Veio a guerra dos Boers, e durante 217 dias (a partir de 13 de Outubro de 1899) BP defendeu Mafeking cercada por forças esmagadoramente superiores do inimigo, até que tropas de socorro conseguiram finalmente abrir caminho lutando para auxiliá-lo, no dia 18 de maio de 1900.
B-P, promovido agora ao posto de major-general, tornou-se um herói aos olhos de seus compatriotas.

No Verão de 1907 foi com um grupo de 20 rapazes separados por 4 patrulhas (Maçarico-Real, Corvo, Lobo, Touro) para a Ilha de Brownsea, no Canal da Mancha, para realizar o primeiro acampamento escutista que o mundo presenciou. O acampamento teve um completo êxito.

Nos primeiros meses de 1908, lançou em seis fascículos quinzenais do seu manual de adestramento, o "Escutismo para Rapazes" sem sequer sonhar que este livro iria por em acção um movimento que afectaria a juventude do mundo inteiro.
Mal tinha começado a aparecer nas livrarias e nas bancas de jornais e já surgiram patrulhas e tropas de escuteiros não apenas na Inglaterra, mas em muitos outros países. O movimento cresceu tanto que em 1910, BP compreendeu que o Escutismo seria a obra a que dedicaria a sua vida. Teve a visão e a fé de reconhecer que podia fazer mais pelo seu país adestrando a nova geração para a boa cidadania do que preparando meia-dúzia de homens para uma possível futura guerra.
Pediu então demissão do Exército onde havia chegado a tenente-general e ingressou na sua "segunda vida", como costumava chamá-la, sua vida de serviço ao mundo por meio do Escutismo.
Em 1912, fez uma viagem à volta do mundo para contactar os escuteiros de muitos outros países. Foi este o primeiro passo para fazer do Escutismo uma fraternidade mundial.

Em 1920, escuteiros de todas as partes do mundo reuniram-se em Londres para a primeira concentração internacional de escuteiros: o Primeiro Jamboree Mundial. Na última noite deste Jamboree, a 6 de Agosto, BP foi proclamado "Escuteiro-Chefe-Mundial" sob os aplausos da multidão de rapazes.

O Movimento Escutista continuou a crescer. No dia em que atingiu a "maioridade" completando 21 anos contava com mais de 2 milhões de membros em praticamente todos os países do mundo. Nesta ocasião, BP recebeu do rei Jorge V a honra de ser elevado a barão, sob o nome de Lord Baden-Powell of Gilwell. Mas apesar deste título, para todos os escuteiros ele continuou e continuará sempre sendo BP, o Escuteiro-Chefe-Mundial.
Quando as suas forças começaram a declinar, depois de completar 80 anos de idade, regressou à sua amada África com a sua esposa, Lady Olave Baden-Powell, que fora uma entusiástica colaboradora em todos os seus esforços, e que era a Chefe-Mundial das "Girl Guides" (Guias), movimento também iniciado por Baden-Powell.
Fixaram residência no Quénia, num lugar tranquilo e com um panorama maravilhoso: florestas de quilómetros de extensão tendo ao fundo montanhas de picos cobertos de neve. Foi lá que morreu BP, em 8 de Janeiro de 1941, faltando um pouco mais de um mês para completar 84 anos de idade.



21/06/09

O que é o ESCUTISMO?

Em 1907, deram-se os primeiros passos para o aparecimento do escutismo. Baden-Powell, um militar inglês, que publicou um livro intitulado "O auxiliar do exlorador" , foi sulicitado para adaptar os seus métodos de observação e exloração, para a formação de jovens.
Assim, a 25 de julho de 1907, com vinte rapazes, organizados em quatro patrulhas ( Corvo, Maçarico, Touro e Lobo), partiu para a lha de Brownsea, onde se realizou o primeiro acampamento de escuteiros.

Este acampamento foi tão bem sucedido , que B.P. resolveu publicar todas as experiências vividas e conhecidas, de modo a despertar nos jovens o gosto pelas aventuras, num livro a que chamou "ESCUTISMO PARA RAPAZES" ("Scouting for Boys"). Este livro foi primeiramente publicado em fascículos quinzenais nos primeiros meses de 1908 e teve tão grande sucesso que, por toda a Inglaterra se formaram Patrulhas de Escuteiros.

O Escutismo cresceu tão depressa e de tal forma que, nos fins de 1908, apenas alguns meses depois de ter surgido, havia já cerca de 60.000 Escuteiros espalhados por vários países.
Em 1920, no 1º Jamboree Mundial, em Londres, B.P. foi aclamado Chefe Mundial dos Escuteiros.
Durante o ano de 1922, realizou-se em Roma o Congresso Eucaristíco Internacional; da representação portuguesa tomou parte o Senhor Arcebispo de Braga, D. Manuel Vieira de Matos e seu secretário, Senhor Dr. Avelino Gonçalves. Ao verem as brilhantes actuações dos Escuteiros Católicos Italianos, ficaram tão bem impressionados, que logo pensaram fundá-lo em Portugal. Em 27 de Maio de 1923 nasce em braga o "Corpo de Scouts Católicos Portugueses", mais tarde denominado Corpo Nacional de Scouts e finalmente Corpo Nacional de Escutas.

O Escutismo continuou a crescer e a expandir-se para todos os pontos do globo. Hoje, somos 25 milhões de Escuteiros, distribuidos por 217 países e territórios.

20/06/09

APRESENTAÇÃO

Boa tarde leitores,

Eu chamo-me Francisco, tenho 14 anos, sou escuteiro há alguns anos, faço parte do Agrupamento 382 de Cantanhede (anteriormente estive no Agrupamento 639 de Vila Viçosa) e, neste momento, sou pioneiro.
Hoje decidi criar este blog sobre Escuteiros por diversos motivos, tais como, ajudar novos escuteiros no que eles precisarem, dar a conhecer o que são os escuteiros e como é a vida escutista, divulgar o escutismo para que mais pessoas possam aderir a este movimento, entre outros motivos.
Gostaria de conseguir cumprir os meus objectivos "procurando deixar o Mundo um pouco melhor do que o encontrei"...